sábado, 16 de maio de 2015

Poesia

Eu nunca vi o sol nascer quadrado
Mas eu o vejo assim seis horas por dia:
confinado entre quatro paredes concretas, macissas;

a frente, eu vejo guerras;
vejo retas abcissas;
vejo um mapa visiográfico
e doenças mortais.

vejo orações e mais orações;
vejo liberdade, vejo condições;
vejo elogios e reclamações;
vejo a verdade, e vejo ilusões.

***

- são trÊs rounds: três sinais;
no primeiro, nocaute;
no segundo, jamais;

está tudo perfeito e seguro até
um barulho surdo ensurdecer nossos ouvidos surdos
e desfazer a paz silenciosa feita do barulho incessante no ar

tocam minhas costas, como a me empurrar:
acabou a ilusão, é hora de entrar;
voltar a minha cela azul, e a meus companheiros de prisão;
um carcereiro tenta me empurrar informação;
e é uma tortura!
querem me forçar
a pesquisar
a projetar
a criar...!

quero produzir teatro!
- tenho que fazer trabalho;
quero compor um poema!
- tenho que fazer dever;
penso numa melodia!
- seminário no outro dia.
no skate, eu quero andar!
- QUERIA EXPLODIR ESSE LUGAR!

d.b / Calcifer

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